Testemunho: Arlete Anchieta
O Movimento Negro tentou fazer com que o Estado chegasse às comunidades quilombolas e os grupos geralmente mais vulnerabilizadas que de certa forma estão nos grupos de capoeira , hip-hop e casas de religião de matriz africana. A pandemia fez também com que vários grupos perdessem sua fonte de trabalho e renda. Um dos aspectos mais chocantes foi a sensação de falta de sensibilidade do governo quando da crise de falta de oxigênio no estado do Amazonas, quando a Venezuela ofertou o oxigênio que poderia ter chegado em questão de horas de avião (que não foi viabilizado), e só chegou a capital com grande esforço por uma rodovia de trafego inviável. Foram mortes não evitadas por falta de cuidado político. Foram feitas identificações de grupos a serem atendidos, e houve uma atuação bastante eficiente de voluntários atuando na Ação de Cidadania principalmente na distribuição de cestas básicas. Um aspecto que posso destacar foi o papel das secretarias de cultura que agilizaram editais para apoiar grupos de arte para se auto sustentarem no período; creio que também podemos destacar as cobranças às secretarias de saúde para priorizarem indígenas e quilombolas no atendimento e prevenção na pandemia. Não tenho conhecimento. Creio que conseguimos manter dialogo constante. A situação da sua comunidade durante a pandemia não tem sido adequadamente divulgada e representada na mídia, tampouco nas pautas de políticas públicas, em que aparece pouco, e após cobranças. Para mitigar ou resolver as dificuldades enfrentadas na pandemia devemos continuar dialogo com o poder público, aumentar a visibilidade dos grupos.