O projeto “As Margens do Estado na Pandemia: experiências periféricas de (in)segurança humana no Brasil” teve início em Agosto de 2020, quando o Brasil ultrapassava a marca de 100.000 mortos em consequência da enfermidade COVID-19 e possuía mais de 3,11 milhões de casos confirmados. Em números totais, apenas os Estados Unidos superavam essa marca e o novo coronavírus chegou mais cedo por lá. Em termos relativos, considerando os dados demográficos e a curva de contágio nacional, o país se destacava como o caso mais grave em registros oficiais.
Naquele momento, já estava claro que as populações mais afetadas pela COVID-19 eram residentes das periferias. Entretanto, ainda havia inúmeras limitações na parte relativa à captação de informação sobre os efeitos da pandemia principalmente nas comunidades periféricas. Este projeto foi uma resposta a este contexto.
Fruto de uma parceria entre o Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), vinculado ao Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI) da Universidade de São Paulo, e a Fundação Perseu Abramo (FPA), através do Projeto Reconexão Periferias, este projeto visa traçar um diagnóstico da situação das periferias ao longo da pandemia de COVID-19 no Brasil a partir de testemunhos de atores que compõem as diversas periferias brasileiras. Ao mesmo tempo, busca-se analisar as respostas dadas à pandemia nestas periferias, tanto por parte do poder público, quanto por parte dos atores das próprias comunidades.
O pano de fundo da pesquisa é o cenário de (in)segurança humana no Brasil. Entendemos que os problemas gerados pela pandemia de Covid-19 não são apenas oriundos da doença e seu contágio, mas da própria fragilidade estrutural e pré-existente da segurança humana no país, que foram apenas agravadas pelo contexto de crise atual. Ao mesmo tempo, entendemos que, em vista da multidimensionalidade da segurança humana, as prioridades dadas pelos governos a cada uma destas dimensões não necessariamente respondem às demandas locais. Neste contexto, ouvir os atores que residem nas periferias é crucial, pois só assim é possível obter um diagnóstico realista e contextualizado sobre os problemas enfrentados e, assim, pensar respostas adequadas e alinhadas com a demanda local.
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Entender como diferentes periferias têm experienciado a pandemia da COVID-19 deflagrada em razão do novo coronavírus a partir de suas narrativas;
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Mapear as diferentes práticas destas comunidades em resposta aos efeitos da pandemia, especialmente em termos de medidas emergenciais;
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Identificar as melhores práticas de resposta emergencial e como estas podem inspirar e influenciar respostas emergenciais em escala nacional e subnacional;
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Repensar os conceitos que permeiam o debate sobre segurança humana, incluindo as ideias de segurança, paz, desenvolvimento, empoderamento, liberdade, necessidades, cidadania, dentre outros, bem como a relação entre o Estado e as periferias;
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Fomentar a conexão entre estas diferentes periferias e a academia (inclusive em nível internacional) por meio do compartilhamento destas narrativas (tanto em versão de testemunhos diretos quanto a partir dos resultados da pesquisa);
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Subsidiar o poder público com informações qualificadas, visando à melhoria das respostas emergenciais governamentais nas periferias por meio de práticas participativas e construção dialógica do conhecimento;
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Contribuir para a propagação de redes de apoio e ações estratégicas para políticas públicas, com vistas à melhoria das condições de vida das periferias.
Conheça as pesquisadoras e pesquisadores envolvidos no projeto
Pesquisadora Principal
Pesquisadora do Centro de Estudos em Conflito e Paz – CCP, NUPRI/USP
Consultora do BID e do PNUD para assuntos de segurança, qualidade dos dados e participação social.
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Pesquisadora Principal
Professora colaboradora e pós-doutoranda do Instituto de Relações Internacionais, Universidade de São Paulo.
Pesquisadora do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), associada ao Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo.
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Pesquisadora Principal
Investigadora Integrada no Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) da Universidade de Coimbra, Professora Auxiliar Convidada no mestrado em Relações Internacionais da Universidade da Beira Interior e
Pesquisadora do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), associada ao Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo
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Pesquisadora Principal
Pesquisadora de pós-doutorado, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
Pesquisadora do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), associada ao Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo
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Pesquisadora associada
Doutorada em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Atualmente é Professora Auxiliar Convidada no Núcleo de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
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Assistente de pesquisa
Estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, vinculado ao Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo.
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Assistente de Pesquisa
Estudante de História da Universidade de São Paulo, vinculado ao Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo.
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Assistente de Pesquisa
Estudante de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo. Estagiário pesquisador do projeto Reconexão Periferias, Fundação Perseu Abramo, e vinculado ao Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI), Universidade de São Paulo.
É graduado em Ciência Política pela Universidad de los Andes, mestre e doutor e livre-docente em Ciência pela Universidade de São Paulo, tendo realizado período de pós-doutoramento na Columbia University. Atualmente é professor associado do departamento de Ciência Política (DCP-USP) e do Instituto de Relações Internacionais (IRI-USP). Suas pesquisas têm ênfase nas Relações Internacionais, Bilaterais e Multilaterais, e atua principalmente nos temas de política externa da América Latina, política de Segurança dos Estados Unidos para a América do Sul e questões normativas de relações internacionais, especialmente no tema relacionado com atores não-estatais. É membro do Comitê editorial de vários periódicos de prestigio e impacto nacional e internacional e consultor ad hoc do CNPq, da CAPES e da FAPESP. Atualmente é coordenador adjunto do Comitê de Ciência Política e Relações Internacionais da CAPES, além de diretor do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP (NUPRI) e do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP).
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Doutora em Antropologia Social pela UNICAMP, recebeu o prêmio Kabengele Munanga de melhor trabalho científico pelo Fórum África no ano de 2007, com a pesquisa sobre juventude e hiphop, e 2º lugar no concurso regional de ensaios “A Luta contra o Racismo das Mulheres na América Latina e no Caribe” promovido pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM/ UN Women) em 2010, com trabalho sobre Lélia Gonzalez. Foi pesquisadora residente do W.E.B. Du Bois Institute for African and African American Research da Harvard University, do projeto Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo e atualmente é coordenadora da área de Justiça Racial da Fundação Friedrich Ebert do Brasil.
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Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, desenvolveu pesquisas para a Fundação Perseu Abramo, UNESCO e Fundação Oswaldo Cruz nos temas de juventude, violência e relações raciais. Foi pesquisador de pós-doutorado e ministrou aulas na Universidade da Pensilvânia. Atualmente coordena o projeto de pesquisa, formação e mobilização Reconexão Periferias da Fundação Perseu Abramo, é pesquisador do CEBRAP, onde coordena o Projeto Memória e Identidade do Ativismo Afro Brasileiro no AFRO – Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Raça, Gênero e Justiça Racial e também pesquisador do Núcleo de Justiça Racial da FGV.
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Rebecca Neaera Abers, Ph.D. em Planejamento Urbano pela U.C.L.A. (1997), é professora do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília. Sua pesquisa tem se concentrado na política de mudança institucional, na tomada de decisão participativa, nas relações entre os movimentos sociais e o Estado, e no ativismo institucional. Ela é autora ou editora de quatro livros, incluindo Inventando a Democracia Local: Política de Base no Brasil (Lynne Rienner, 2000) e, com Margaret E. Keck, Practical Authority: Agency and Institutional Change in Brazilian Water Politics (Oxford 2013). Sua pesquisa recente explora a mobilização da sociedade frente a pandemia de Covid-19.
Psicólogo de formação, é professor colaborador e pós-doutorando do Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, onde integra ao Grupo de Pesquisa Psicologia e Relações Étnico-raciais.
Raull Santiago é cria do Complexo do Alemão. Gestor, criador e conselheiro de iniciativas sociais do terceiro setor, integra à assembleia de membros da Anistia Internacional do Brasil, do FORUM Construtivo do Instituto NU, o conselho jovem do Pacto Global da ONU a rede Brasil e a Iniciava PIPA. É empreendedor, produtor cultural e audiovisual, ativista pelos direitos humanos, mudanças climáticas, negritudes e vida na favela.
O desenvolvimento do projeto e financiamento deste site foi possível graças ao apoio da Universidade de Brown, Estados Unidos, através do CHRHS Research Seed Grant do Center for Human Rights and Humanitarian Studies, do Instituto Watson.
Ana Lucia Silva Souza
Jaqueline Lima Santos
Jéssica Teixeira
Neil Rupani
Paulo César Ramos
Sofia Helena Monteiro de Toledo Costa
Victoria Lustosa Braga
Vilma Bokany