Testemunho: Rodrigo Bernardo de Brito
Olá, me chamo Rodrigo, tenho 22 anos e durante a pandemia já tinha passado por uma transição de bairro periférico para outro mais próximo ao centro, onde pude perceber com meus próprios olhos a diferença de infraestrutura. Nesse período a firma onde trabalho continuou na atividade até o momento de pico da doença e o anúncio de lockdown. Durante esse momento, o sentimento era de puro medo e ansiedade diante de um futuro completamente incerto, o bairro aqui, já é tranquilo, na questão de pessoas circulando, ainda mais nos finais de semana, mas sei que na comunidade que cresci é totalmente diferente, muitas vezes o pessoal não entende a gravidade da situação, assim, não utilizando métodos para se prevenir ou continua a sair porque é a única alternativa.
E mesmo com uma pandemia, as contas continuam chegando e o aluguel precisa ser pago, as medidas tomadas pelo governo foram completamente falhas, pessoas morrendo por falta de respiradores e a ainda por cima o próprio presidente julgando a COVID-19 como uma “gripezinha passageira”. O isolamento total me fez ter medo de absolutamente tudo, uma pequena embalagem poderia ser o começo de uma terrível crise de falta de ar, como em caso de conhecidos que perderam suas vidas no momento em questão. Se o governo tivesse feito campanhas explicando os casos já ocorridos, higienização de locais públicos e transportes, distribuído luvas e máscaras descartáveis, limitado a entrada de pessoas no pais desde o começo, acredito que a situação não teria chegado a esse ponto.